Reunião do G4 fracassa e põe Doha em risco

Brasil e Índia decidiram se retirar das negociações a quatro partes com os Estados Unidos e a UE, organizadas em Potsdam (Alemanha), por considerar "inútil" prosseguir com o diálogo sobre um novo acordo na OMC. Segundo a agência de notícias Reuters, as negociações entre os países do chamado grupo G4 para tentar um avanço na Rodada de Doha fracassaram, colocando novamente em dúvida o futuro da rodada de liberalização comercial.

Sem um acordo, Doha pode ficar congelada por vários anos, disseram autoridades e diplomatas. "Potsdam não foi muito bem-sucedida", afirmou o ministro das Relações Exteriores do Brasil, Celso Amorim, durante uma entrevista coletiva conjunta com o ministro do Comércio da Índia, Kamal Nath, depois que a reunião foi encerrada, antes do previsto. "A reunião do G4 fracassou. Obviamente não houve acordo entre as posições dos países", havia dito uma porta-voz do Ministério do Comércio indiano pouco antes, acrescenta outra reportagem da Reuters.

A necessidade de emprestarmos a nossa vida aos outros

Quando uma pessoa vem em busca de alguma forma de terapia, dizemos que ela precisa entregar, ou no mínimo emprestar, a “chave da porta de entrada de sua casa” ao terapeuta. Porém, sabemos que não se costuma entregar a chave de nossa casa para qualquer pessoa.

Precisamos primeiramente de tempo, alguns mais, outros menos, para que possamos adquirir confiança em alguém que possa fazer diferença em nossa vida. Uma vez dentro da casa, terapeuta precisará entender a estrutura do lar e se juntar aos ocupantes dali. Só então, paciente e terapeuta, poderão unir forças na tarefa de reestruturar a casa juntos.

Ao psicólogo cabe a tarefa de auxiliar o paciente na busca de uma melhor qualidade de vida, na busca contínua da chave de casa de seus pacientes. Porém, não podemos jamais subestimar a sabedoria caseira dos amigos, parentes, colegas, conhecidos. Muitas vezes eles são mais diretos, sucintos e emocionalmente mais sensíveis do que terapeutas treinados.

Assim, é necessário que a psicologia encontre-se cada vez mais com a população em geral. Às vezes somos induzidos a pensar que o psicólogo detém o grande “saber” e é lá que ele deve ficar. Muitas pessoas até pensam que não devem ler a respeito de determinado assunto porque é complicado demais e disso quem entende é o profissional.

Os profissionais devem, sim, estar sempre atentos às mudanças contínuas de nossa sociedade, atualizando-se dentro de seu foco de trabalho, numa busca incessante por crescimento.

Porém, todas as pessoas devem buscar informações a respeito de tudo aquilo que tem vontade, para só então decidir a quem devem (ou não) entregar a sua chave de casa, numa escolha consciente e decidida. Acredito que é fundamental podermos proporcionar às pessoas momentos onde possam perguntar, sugerir, questionar, criticar e debater determinados assuntos.

E foi assim que pensamos esse espaço, ou seja, um lugar onde possamos apresentar determinados temas relacionados à psicologia e psicoterapia com o objetivo de estimular as pessoas a esclarecerem suas dúvidas e buscarem mais informações. Um local onde todos sintam-se a vontade para ler, aprender e questionar.

Sinto-me muito feliz em poder dividir com muitas pessoas alguns conhecimentos que adquiri a respeito de minha profissão e do meu trabalho como psicóloga. Estarei sempre aberta a sugestões de temas, críticas, comentários, enfim, para estimular a participação ativa de todos, o que só virá a enriquecer o nosso trabalho em conjunto.

Desde já agradeço aos organizadores deste espaço pelo convite e espero poder contribuir para uma melhor qualidade de vida de nossos leitores. Como dizia Vinícius de Moraes: “A vida é a arte do encontro, embora haja muitos desencontros pela vida. É preciso encontrar as coisas certas da vida para que ela tenha o sentido que se deseja. Assim, a escolha de uma profissão é a arte de um encontro. Porque uma vida só adquire vida quando a gente empresta nossa vida para o resto da vida”.

fonte: novohamburgo.org (coluna Mirela Manfro)